quinta-feira, 1 de abril de 2010

O dia em que a Terra parou...

É, meu marido ficou sem ar, sem chão, sem sei-lá-o-quê... Vi ele transparente, vindo em minha direção, dando passos pesados com o Pedro no colo, com a cara fechada, quando perguntei:

>> "Onde vocês foram?"

Pera lá, vou começar do início, rsrsrsrs...
Fomos ao shopping hoje à tarde, pra distrair o Pedro um pouquinho (tínhamos saído do pediatra dele, e o coitado anda meio assustado de tanto ir e vir de médicos) e até nós mesmos (minha contratura muscular tá uma cooooooooooooooooisa de chata, chuinf!).
Pro Pedro, "shopping" significa "brinquedos", então levamos o danado lá na área pra crianças... Foi muito engraçado ver a cara do Eduardo, quando viu ele subindo como um "foguete" naqueles brinquedos onde as crianças escalam de um lado, escorregam do outro e caem numa piscina de bolinhas (como esse aqui)...

>> "Li, cadê a monitora, ou a gente entra com ele???" perguntou ele, assutado;

>> "Du, só tem aquela moça lá na porta, e você acha mesmo que teríamos de entrar com ele? Olha onde ele já está..." e apontei pro Pedro láááááááááá em cima, dando a volta no brinquedo pra escorregar e cair na piscina de bolinhas;

>> "Amor, você dormiu quando o Pedro tinha 1 ano e acordou só hoje, né???" falei sorrindo, consolando meu maridinho, que estava boquiaberto com a rapidez, agilidade e esperteza do nosso filhote.

O papai estava todo bobo... Cheio de orgulho do filhão, que cresce a cada dia mais ávido por informação e conhecimento. Até que a Terra parou - ou quase.
Na hora de ir embora, paramos em frente a cabine onde pagamos o estacionamento, e o Eduardo soltou da mão do Pedro por segundos - eu disse segundos mesmo! - para me dar a carteira, pois estava sem trocados; eu paguei o cartão e me virei para ir na direção deles... Qual não foi minha surpresa em não encontrá-los ao meu lado! Pensei "Ué, mas não levei nem 3 minutos pra pagar, onde eles foram???", e fiquei procurando ali por perto... E nada deles. Foi quando estava começando a ficar irritada por estar lá sozinha, e peguei o celular: chamou uma, duas, três, quatro, CINCO vezes e ele não atendeu!!! Ah não, já estava ficando furiosa mesmo (e depois ele ia reclamar que eu estava emburrada, mas tinha me deixado sozinha pq??? rs)
Quando menos esperava, veio a cena descrita aí no começo da postagem.

>> "Fui buscar SEU filho" - a essa altura, eu tinha feito a cria sozinha, hahahaha!

E daí ele me explicou, minutos mais tarde e mais calmo também, o que tinha acontecido: quando ele soltou da mão do Pedro, aqueles segundos viraram eternidade para ele e para o Pedro, pois o danado (eu falo gente, ele não é fácil! rs) saiu correndo em direção à praça de alimentação e dobrou a esquina. O pai, quando se virou pra pegar na mão novamente, não achou ele, e pensou que ele tinha fugido em direção à porta, que estava muito próxima de nós. E graças à Deus, um anjinho sussurou no ouvido dele pra ele ir em direção contrária, ou seja, à praça de alimentação... E lá estava nossa cria com cara de paisagem, sem saber onde estava, mas adorando tudo ao seu redor.
Graças ao nosso Papai do céu essa história acabou sem tragédia, em plena véspera de Páscoa, mas nem sempre é assim. Ele poderia ter corrido em direção à porta e alguém poderia tê-lo levado embora, ou ter atravessado correndo o estacionamento e ter sido pego por um carro, ou qualquer outra atrocidade que a gente vê nos noticiários da TV. Até mesmo na parte da praça de alimentação ele poderia ter sido levado por alguém mal intencionado, já que ele é uma criança muito dada... E é por isso que eu tô procurando a tão criticada (ao meu ver injustiçada!) mochilinha de segurança, pois antes eu ficar escutando bobagens de todos os gêneros mas com meu filho a salvo que chorando o leite derramado, procurando por ele nesses cartazes e sites de crianças perdidas, sem saber se voltarei a vê-lo...
Realmente a Terra parou hoje. E se essa história toda não tivesse sido só um "momento tenso", acho que a Terra nunca mais ia girar...
Que Deus dê forças àquelas mães que tiveram a Terra parada, a vida estagnada pela falta de um filho.

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